Viviane Araújo concedeu uma entrevista a Aguinaldo Silva, autor de novelas como "Fina Estampa" (2011), e falou sobre o desejo de investir na carreira de atriz.
"Quero trabalhar, focar na minha carreira de atriz. Fazer uma novela é tudo que sempre quis, mas tem um pouco de preconceito: mulher bonita, gostosa, do samba, fica meio rotulada. Quando chamam para participações, beleza, eu faço. Mas fiz cursos de interpretação com [os diretores] Ignácio Coqueiro, Cininha de Paula, Edson Spinello. E gostaria de um papel que não tivesse a ver comigo, que precisasse mudar de visual, um papel dramático."
Derrota para Scheila Carvalho
"Em 1994, ganhei o Concurso da Pantera e Garota do Fantástico. Em 1997, fiquei entre as finalistas da morena do É o Tchan, mas perdi [a ganhadora foi Scheila Carvalho]. Achei que meu mundo tinha acabado, chorei, fiquei arrasada, mas, aí, veio o Carnaval."
Carnaval, sua alma gêmea
"Sempre gostei da Mangueira, da Beija-Flor, mas desfilei em várias: Império da Tijuca, União da Ilha, Unidos da Tijuca, Caprichosos de Pilares, União de Jacarepaguá, Império Serrano, Inocentes de Belford Roxo e várias outras. Em 98, desfilei como destaque de chão, e o [Fernando] Vanucci, que apresentava o desfile pela Globo, ficou encantado e disse que eu era 'a paroxítona da Avenida'. Aí, foi o boom. Fiz várias matérias. Até 2001, saía em três, quatro escolas por noite. Em 2002, estreei como Rainha de Bateria na Mocidade [Independente de Padre Miguel]. Fiquei quatro anos lá. Parte da minha família mora em Padre Miguel, e tenho um carinho especial pela escola. Mas o Salgueiro foi onde me encontrei! É minha alma gêmea no Carnaval."
Pagar para desfilar?
"Acho que todo mundo pode brincar o Carnaval, participar, desfilar em uma escola. Mas não acho legal essa coisa de pagar para ser rainha de bateria. Foi justamente por isso que saí da Mocidade."
"Queria ter meu dinheirinho"
"Com 16 anos me inscrevia em concursos de beleza para ganhar um prêmio. Coisa de adolescente mesmo. Queria ter meu dinheirinho para comprar o que quisesse: um sapato, uma roupinha. Não tinha pretensão de ser famosa. Graças a Deus, meus pais sempre trabalharam. Meu pai, Jocenir, é sargento da PM reformado. Minha mãe, Neusa, trabalhava em laboratório de análises clínicas. Meu irmão, Rodrigo, hoje tem um táxi. Nunca parei de estudar. Terminei o segundo grau [atual Ensaio Médio] e fiz Educação Física."