Recém-saída de “Aquele Beijo”, folhetim das sete da Globo, em que interpretou a romântica protagonista Claudia, Giovanna Antonelli agora se prepara para atuar em “Salve Jorge”, nova novela das nove da emissora. “Ator sempre precisa recomeçar. A gente sente saudade dos personagens antigos, mas a Claudia faz parte de um ciclo que se fechou”, avalia Giovanna, que não esconde o motivo que a leva a emendar tantos compromissos profissionais. “A paixão me faz buscar bons trabalhos. É muito prazeroso fazer o que a gente gosta. Eu já estou totalmente envolvida com ‘Salve Jorge’”, garante.
Na trama, a atriz dá vida a Heloísa, uma delegada civil que passa em um concurso público e se torna delegada federal. A partir daí, ela começa a investigar o tráfico humano, um dos temas mais sérios abordados pela autora Glória Perez. Até a protagonista Morena, de Nanda Costa, será vítima de uma rede internacional de prostituição e acaba indo para a Turquia. “A Heloísa é uma delegada honesta e justa, que vai se empenhar muito nessa questão”, conta. Para se preparar para o papel, Giovanna participou de muitos “workshops” oferecidos pela Globo, que contaram com depoimentos de pessoas que tiveram casos na família e investigadores. Para ela, é impossível não se emocionar com as histórias. “Até as pessoas que trabalham com isso diariamente, por mais duras que sejam, se comovem. Afinal, estamos falando de seres humanos”, opina.
Além de investigar essa modalidade de crime, Heloísa terá que lidar com o ex-marido, Stênio, encarnado por Alexandre Nero, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. “O Stênio é um advogado criminalista que consegue um habeas corpus para todas as pessoas que a Heloísa prende. Então, eles têm uma certa rixa”, adianta. A relação conturbada também tem a ver com a filha deles, Drica, vivida por Mariana Rios. Aos 10 anos de idade, a moça foi morar com o pai, o que fez com que ela ficasse um pouco mais afastada da mãe. “Não é falta de amor”, frisa. O grande problema é que a jovem logo mostrará que é inconsequente e capaz de se meter em situações perigosas. “A mãe sempre foi mais severa e o pai passava a mão na cabeça. Talvez por isso ela resolveu ir morar com ele”, avalia Giovanna.
Paralelamente, Heloísa será bastante vaidosa. Às vezes até ao extremo. Mesmo sendo uma delegada séria, ela terá compulsão por compras e perde o controle de vez em quando. “Todas as mulheres têm um pouco de Heloísa dentro delas”, brinca a atriz, que apoia o lado “mulherzinha” de sua personagem. “Acho legal mostrar que a mulher que comanda tantos homens também tem seu lado feminino”, argumenta.
Esta é a segunda vez que Giovanna trabalha com Glória Perez. A primeira foi durante a novela que mais marcou a carreira da atriz, “O Clone”, de 2001. Foi depois de viver a tempestuosa Jade, que Giovanna se firmou de vez como um nome forte da televisão. “Tenho uma relação de muito amor com a Glória. E ‘O Clone’ tem um lugar especial no meu coração”, destaca. Apesar de estar em mais uma produção da autora que tem um país muçulmano como cenário, Giovanna vê inúmeras diferenças entre os dois folhetins. “As culturas do Marrocos e da Turquia são bem diferentes. Isso acaba distanciando”, analisa a atriz, que comemora a possibilidade de conhecer a realidade de outros países. “A viagem a Marrocos foi a mais inesquecível para mim. E agora estou tendo mais contato com a cultura da Turquia. Essa descoberta é maravilhosa”, vibra.
Além das novelas de Glória Perez, Giovanna atuou em produções de vários outros autores, como Gilberto Braga em “Força de Um Desejo”, de 1999, e Walcyr Carrasco em “Sete Pecados”, de 2007. Mas foi com Manoel Carlos em “Laços de Família”, de 2000, que a atriz começou a se destacar. O sucesso como a prostituta Capitu contribuiu para que ela conseguisse, já no ano seguinte, protagonizar “O Clone”. Este ano, depois de “Aquele Beijo” e da série “As Brasileiras”, em que interpretou uma perua de São Paulo, Giovanna pretende se dedicar exclusivamente a “Salve Jorge”. “Tenho muitos filhos. Não dá tempo de ter outros projetos”, diverte-se a atriz, que tem Pietro, de 7 anos, e as gêmeas Antônia e Sophia, de 1 ano e oito meses.
